Grupo de Investigação | Life

[conteúdo de  ICS U Lisboa]

O GI LIFE tem como objetivo central conhecer como se (re)produzem velhas e novas formas de desigualdade e solidariedade numa sociedade global e em acelerada mudança, e compreender os respetivos impactos nos percursos biográficos, nos estilos de vida e na vida quotidiana dos indivíduos.

A investigação realizada no GI LIFE também monitoriza políticas públicas desenhadas para lidar com alguns desafios sociais contemporâneos, analisando como a regulação pública molda práticas e é moldada pelas práticas de diversos atores sociais, individuais e coletivos, formal ou informalmente organizados, em vários tempos e esferas da vida: familiar, escolar, profissional, associativa, das relações pessoais e afetivas, na esfera da saúde e bem-estar, do lazer, das mobilidades, dos usos de novas tecnologias da informação e comunicação, etc. 

As abordagens teóricas e metodológicas desenvolvidas no GI LIFE são plurais e diversificadas: ainda que a sociologia seja a disciplina predominante entre os seus investigadores, esta articula-se com outras disciplinas como a demografia, a antropologia, a história, a ciência política, as ciências da educação e a psicologia social, em equipas de investigação marcadas pela interdisciplinaridade. Combinam-se perspetivas macro e micro sociais, metodologias quantitativas e qualitativas, e as realidades sociais são focadas à escala local, nacional, europeia e transnacional, quer a partir das suas configurações presentes, quer assumindo um ponto de vista histórico.

Tendo como foco transversal as profundas transformações recentemente havidas nos percursos de vida dos indivíduos, o GI LIFE desenvolve pesquisa em torno de quatro áreas principais, as quais cruzam diferentes idades da vida, regimes de transição e esferas sociais:

1) Infância, juventude, vida familiar e relacional: a produção social das infâncias e das relações entre e com crianças; transições da infância para a juventude; identidades e culturas juvenis; educação, formação e aprendizagens; experiência escolar, escolhas vocacionais e transições para o mercado de trabalho; formas de consumo e de lazer juvenis; pluralização das formas familiares, da maternidade e da paternidade; formas de conciliação entre família e trabalho; desigualdades de género no trabalho pago e não pago; famílias, pobreza e a reprodução das desigualdades; solidariedades e desigualdades intergeracionais e intrageracionais; mobilidades globais e famílias transnacionais; políticas de educação, de juventude, de género e de família; redes sociais e formas associativas; relações pessoais, emoções e afetos entre humanos e entre humanos e animais.

2) Fertilidade, envelhecimento, saúde e bem-estar: evolução da fecundidade e das intenções reprodutivas; envelhecimento demográfico, sistemas de cuidados e Estado-Providência; envelhecimento e sistema de pensões; envelhecimento, turismo e bem-estar; envelhecimento, saúde física e mental e dependência; representações sobre a saúde e a doença física e mental; práticas de prevenção e promoção da saúde e do bem-estar subjetivo; desigualdades no acesso aos sistemas de saúde e aos cuidados médicos; saúde, doença e políticas públicas;

3) Géneros, corpos e sexualidades: representações, valores e atitudes perante o corpo; práticas de manutenção e modificação corporal; masculinidades, feminilidades e diversidade de género; comportamentos sexuais, media e mudança social; discriminação de minorias LGBTI+; cidadania íntima, sexualidades e direitos.

4) Media, tecnologias, culturas e estilos de vida: condições sociais e desigualdades nas práticas culturais; o papel dos media na construção social dos valores e das identidades; a revolução digital e impactos na cultura, no trabalho e nos grupos profissionais; diferenças e desigualdades intra e intergeracionais nos usos dos media e do mundo digital; políticas públicas de promoção do acesso à cultura e ao mundo digital.

Os efeitos de dinâmicas recentes na sociedade portuguesa, resultantes de mudanças demográficas e tecnológicas, da crise económica e do recuo do Estado-Providência, têm constituído novos desafios na agenda recente da investigação do GI LIFE. Novos padrões de transição ao longo da vida e de definição das idades da vida, novas desigualdades, solidariedades e estilos de vida criados no contexto pós-crise, novos desafios que se colocam em termos educacionais e do mercado de trabalho, novos valores, práticas e formas de cidadania e de relação que emergem (entre humanos e entre humanos e não humanos), têm estimulado o desenvolvimento de novos terrenos empíricos na agenda recente do GI LIFE, resultando novas em perspetivas teóricas, metodológicas e éticas.

Sob o foco da Inclusão, da Cidadania e da Sustentabilidade – temas-chave da missão do ICS-ULisboa – especial atenção tem sido dada a grupos sociais em situações de vulnerabilidade ou discriminação, sejam crianças, jovens, idosos, mulheres, desempregados, precarizados, migrantes, com deficiência, e/ou pertencentes a minorias étnicas e LGBTI+, numa perspetiva interseccional.

A investigação no GI LIFE é financiada por entidades nacionais e internacionais, quer através de projetos competitivos que têm em conta agendas de investigação internacionais, quer através de encomendas de organismos públicos e privados que veem no conhecimento científico um contributo indispensável para diagnosticar problemas e formular soluções, nomeadamente em termos de políticas públicas. 

Os membros do GI LIFE envolvem-se ativamente em atividades de outreach e divulgação científica, nomeadamente através do Blog LIFE Research Group e da sua página de Facebook. Também colaboram no diálogo ciência-sociedade através de atividades em três Observatórios do ICS-ULisboa: o Observatório Permanente da Juventude (OPJ), o Observatório das Famílias e das Políticas de Família (OFAP) e o Instituto do Envelhecimento (IE). Tem ainda um HUB para o estudo das relações entre humanos e animais, o HAS.

Diversos membros do GI LIFE também participam em programas doutorais do ICS-ULisboa, com destaque para o Programa de Doutoramento Interuniversitário em Sociologia: Conhecimento para Sociedades Abertas e Inclusivas, bem como na organização de várias escolas de Verão e Inverno.

 

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